Do Maranhão à Brasília. Um coronel no Senado?
A partir de 1889, o Brasil deixa de ser um país monárquico e passa a ser uma República. O sistema republicano brasileiro, desde o início foi sempre marcada pelo que chamamos de coronelismo, ou seja, coronéis (ricos fazendeiros) controlavam a política do Brasil.
Estes grandes latifundiários manuseavam tudo o que acontecia no país através de meios nada lícitos, tais quais o voto de cabresto, a falsificação de documentos eleitorais para que pessoas pudessem votar várias vezes ou então utilizar o nome de falecidos nas votações, e até mesmo sumir com urnas.

Teoricamente, o coronelismo deixou de existir no Brasil desde o governo do ex-presidente gaucho Getulio Vargas (acabando com a política café-com-leite), entretanto o que se pode encontrar hoje em várias regiões brasileiras vai contra esse extermínio da política dos coronéis.
Nomeação de parentes (nepotismo), criação de cargos públicos, exoneração, aumento de salários, ampliação de verbas, são exemplos de alguns dos atos secretos provocados pelo senado, presidido por ele, que é uma espécie de coronel dos dias atuais, e também ex-presidente da República, o maranhense José Sarney.
Na antiga república brasileira do final do século XIX havia a chamada “política dos governadores”, na qual os representantes dos estados e o presidente da República faziam acordos políticos, na base da troca de favores, para que pudessem governar de maneira a ter benefícios garantidos de ambos os lados.

Agora, não é estranho um homem com um currículo tão sujo por atos sigilosos ser protegido pelo Presidente da República? É o que vemos ao presenciar os pronunciamentos de Luiz Inácio Lula da Silva a respeito de José Sarney, outro fato que nos faz acreditar que essa figura tão desgastada perante à opinião pública continue no poder. Nas palavras do senador Pedro Simon “Se não tivesse o presidente Lula, o Sarney não teria sido candidato, o Sarney já teria ido para casa”. E como disse Ruy Barbosa em seu pronunciamento no Senado, em 1914, “... de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a ter vergonha de ser honesto”.
Bruno Lima
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